Na época, o setor de energia no Brasil estava em plena expansão, e essas hidrelétricas representavam não apenas um avanço no fornecimento de energia, mas também um desafio colossal para o meio ambiente. A construção dessas obras, em regiões ricas em biodiversidade, exigia um equilíbrio cuidadoso entre o desenvolvimento e a preservação ambiental, e eu estava no coração dessa missão.

Logo que cheguei a Machadinho, percebi que não seria uma tarefa fácil. Coordenar o Setor de Meio Ambiente em obras de tal escala demandava mais do que conhecimento técnico; demandava visão estratégica e liderança. Um dos maiores desafios foi desenvolver e implementar um plano de manejo ambiental robusto que contemplasse a fauna e flora locais, os corpos d’água, e os impactos indiretos nas comunidades ao redor.

Lembro-me bem de quando enfrentamos a necessidade de desviar o leito de um rio para avançar com a construção. A responsabilidade de garantir que o ecossistema aquático não fosse destruído caiu sobre mim e minha equipe. Em parceria com colegas engenheiros e especialistas ambientais, realizamos um trabalho intenso de monitoramento da qualidade da água e de realocação da fauna aquática, garantindo que as espécies fossem preservadas. Foi um trabalho minucioso, que exigiu não só esforços técnicos, mas também um enorme compromisso com o ambiente local.

Além disso, nos projetos de Campos Novos e Barra Grande, trabalhamos lado a lado com as comunidades, levando conscientização ambiental e promovendo iniciativas sustentáveis. Um dos momentos mais especiais foi ver os moradores locais engajados em programas de recuperação de áreas degradadas, resultado de um esforço conjunto entre a empresa e a população. Testemunhar o impacto positivo desse trabalho nas vidas das pessoas e no meio ambiente foi uma experiência que guardo com muito carinho.

Tive o privilégio de contar com uma equipe altamente qualificada e dedicada, como Rogério Almeida, engenheiro ambiental, e Marta Ferreira, minha parceira de consultoria, que estiveram ao meu lado em todos os momentos. Juntos, superamos desafios e criamos soluções que se tornaram modelos de boas práticas ambientais na construção de grandes obras.

Foram quatro anos de aprendizado intenso, de desenvolvimento pessoal e de contribuição direta para a sustentabilidade no setor de energia. A cada obstáculo, surgia uma oportunidade de inovar e de pensar em soluções que conciliavam progresso e respeito ao meio ambiente.

Hoje, olhando para trás, sou extremamente grato à Camargo Corrêa pela oportunidade de fazer parte desse projeto grandioso e pela confiança depositada em mim. Agradeço a todos os colegas e amigos que fizeram dessa jornada algo tão enriquecedor, tanto no plano profissional quanto pessoal.

Esses anos trabalhando em obras de grande impacto me mostraram que, com dedicação e compromisso, é possível garantir que o progresso não aconteça à custa do meio ambiente. Ao contrário, podemos construir um futuro em que desenvolvimento e sustentabilidade caminhem de mãos dadas.

💬 E você, já enfrentou desafios que exigiram equilíbrio entre progresso e sustentabilidade? Compartilhe suas experiências ou deixe seu comentário! Vamos trocar ideias sobre como todos nós podemos contribuir para um futuro mais sustentável. 🌍